13.7.07

Seminário Os Caminhos da Infância


Em comemoração aos 17 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente o SESC-SP em parceria com a Aliança pela Infância realizou nos dias 11 e 12 de julho o Seminário "Os Caminhos da Infância". Foram dois dias de intensas discussões a respeito da problemática atual e principalmente a respeito das perspectivas que se colocam em relação ao futuro de nossas crianças. Estiveram presentes palestrantes e especialistas, nacionais e estrangeiros, além é claro de um público enorme de educadores, gestores, médicos e outros ligados ao universo infantil. Confira abaixo um pouco do que foi discutido nesses dois dias:
Conferência: O FUTURO DA CRIANÇA ( por Christopher Clouder- Inglaterra- co-fundador da Aliança pela Infância, escritor e membro da Sociedade Real de Artes)

  • Que tipo de mundo queremos para nossas crianças?
  • Não bastam palavras bonitas temos que de fato cuidar da infância de nossas crianças;
  • As crianças de hoje estão mais expostas à pressão e sofrem muito com o estresse;
  • Crianças versus tecnologia: há um super desenvolvimento da capacidade visual, por outro lado a capacidade de socialização é significativamente diminuída;
  • Precisamos ensinar as crianças a brincar pois criança precisa de recreação;
  • A escola preocupa-se muito em aumentar os espaços controlados em detrimento dos espaços para recreação (que não são tão fáceis de se controlar);
  • É necessário desenvolver na criança 4 competências:
  1. Competência Social
  2. Capacidade de solucionar problemas
  3. Autonomia
  4. Sentido de propósito
  • Precisamos descobrir a pessoa desconhecida que há dentro da criança e possibilitar que ela fale de si mesma;
  • Por em prática o 4 Pilares da Educação proposto por Jacques Delors no famoso Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação no Século XXI:
  1. aprender a conhecer
  2. aprender a conviver junto
  3. aprender a fazer
  4. aprender a ser
  • Paulo Freire: traz uma visão muito verdadeira de educação, não há educação verdadeira quando se faz dela uma forma de opressão.
  • Recado para os professores: "o professor deve respeitar a sua saúde física e mental, encontrar a alegria de ser professor e acima de tudo experimentar o sentimento de inteireza."
Painel: INFÂNCIA E EDUCAÇÃO

Claudia Davis (Psicóloga e Doutora em Psicologia Escolar)
  • Brasil tem 184 milhões de habitantes, destes 55 milhões têm entre 0 a 14 anos;
  • Taxa de analfabetismo atinge 15% dos brasileiros;
  • 34% vive abaixo da linha de pobreza;
  • 97% freqüenta o ensino fundamental;
  • 82% completa o ensino fundamental em média em 10 anos;
  • Desafio da Educação Infantil: aumentar a quantidade de creches, integrar pedagogicamente as creches às pré-escolas, estabelecer parcerias com as Ongs;
  • No ensino fundamental possibilitar 3 dimensões: significado da escola, relação com a escola e relação com o professor.
  • Progressão Continuada: "tem que sempre avaliar, foi uma idéia boa, mas implementada de forma errada."
Cleuza Repulho (Presidente Nacional da Undime)
  • Conceito de infância mudou nas últimas décadas: passou-se do cuidar para o educar;
  • A história da construção da educação infantil no Brasil já percorreu muitos caminhos e precisamos retomar esta história para prosseguir alcançando resultados significativos;
  • A qualidade na Educação Infantil está ligada ao apoio e recursos oferecidos pelo poder público.
Elvira de Souza Lima (Antropóloga e Psicóloga, pesquisadora associada à Universidade de Salamanca, na Espanha)
  • Precisamos entender que a escola é um contexto de cultura e perceber a educação como dimensão humana;
  • Contribuição de Vygotsky: mediação semiótica; desenvolvimento cultural e apropriação dos meios e das formas de comunicação.
  • Progressão Continuada: "em vez de nos preocupar com a reprovação vamos nos preocupar em ensinar as crianças pois todas são capazes de aprender."
Colóquio: MÍDIA, CRIANÇA E NOVAS TECNOLOGIAS

Beth Carmona (jornalista, diretora-presidente da Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto/ACERP):
  • No Brasil abrimos mão da mídia televisiva pois não a utilizamos em todo o seu potencial;
  • Emissoras públicas versus Emissoras Privadas: uma concorrência quase desleal pois as emissoras privadas contam com patrocínios milionários.
Ana Lúcia Villela ( Presidente do Instituto ALANA):
  • A mídia, principalmente a televisiva, transforma as crianças em consumidores;
  • Preocupação: que tipo de consumidor está sendo formado? Crítico? Consciente?
  • O Código de Defesa do Consumidor, no tocante ao marketing infantil, determina, no seu artigo 37 , que a publicidade não pode se aproveitar da deficiência de julgamento e experiência da criança, sob pena de ser considerada abusiva e, portanto, ilegal.
  • O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê, no seu artigo 76 , as normas a serem seguidas pelas emissoras de rádio e televisão no tocante à programação, a fim de que dêem preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas que respeitem os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Carlos Seabra (Editor e produtor de conteúdos multimídia e internet):
  • Quem domina a tecnologia? são os mesmos de sempre: a classe dominante, aqueles que ditam as regras.
  • Precisamos de uma tecnologia voltada para a produção democrática do conteúdo;
  • Os impactos sociais da informática são capazes de levar a uma transformação total da sociedade;
  • a educação não apenas tem que se adaptar às novas necessidades como, principalmente, tem que assumir um papel de ponta nesse processo;
  • Obter ou desenvolver tecnologia envolve conhecimento, já adquirir artefatos tecnológicos é apenas a capacidade de aquisição.
Para ler mais:

Aliança pela Infância
Instituto ALANA
Artigo de Carlos Seabra


continua...

8.7.07

TV de Labpixies





A TV de Labpixies é um dispositivo que permite ao usuário não só assistir mas também selecionar a sua programação favorita. É simples e divertido!

A TV de Labpixies usa os sinais de vídeo gerados pelas várias estações de TV. Já vem predefinida com diversos exemplos de estações de TV. Mas você pode também escolher a sua própria programação.

Para começar a usar a sua TV on line, siga os seguintes passos:

  • Para ligar e desligar clique no penúltimo botão ( Power on/off)
  • Para selecionar os canais clique nos cinco primeiros botões da TV ( observe na figura da TV que cada botão corresponde a um canal )
  • O último botão da direita (Settings) é usado para escolher a sua programação
Para montar a sua programação siga estes passos:
  1. clique no botão Settings.
  2. Na janela azul que se abrir clique em Change Stations
  3. Vai abrir uma nova página. Escolha o país clicando em Select Contry
  4. Agora é só você escolher as cinco estações de sua preferência
  5. Feche esta página e retorne à janela azul
  6. Marque a opção Remember play mode on refresh?
  7. Finalmente, clique em Save
  8. Pronto! Agora é só assistir a sua programação!



1.7.07

De quem é a culpa?


O IDEB ( Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é o mais novo indicador de desenvolvimento criado pelo Ministério da Educação. Ele tem por objetivo nortear as políticas de melhorias na qualidade das escolas públicas do país. Ele considera o desempenho dos alunos nos exames Prova Brasil e SAEB , assim como as taxas de aprovação. Unindo estes três indicadores temos o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).

Os dados recentes do IDEB apontam que no nosso país temos hoje, um índice de 3,8 e que a meta é atingir 6 até 2021.

O IDEB foi utilizado também para identificar os mil municípios com os piores índices de qualidade de ensino. Estes municípios receberão apoio do MEC. Poderão contar também com uma verba extra do governo federal.


Penso que quando um indicador criado pelo próprio governo mostra que a situação do ensino básico não está nada bem, muita coisa deve ser feita. E isso não inclui tão somente apoio pedagógico, técnico ou financeiro.
Vai muito além...
Nenhum programa que almeje mudanças profundas na educação irá ter êxito se não estiver vinculado a um outro muito maior, que vise uma transformação social profunda.
Nessa perspectiva, não é na escola apenas que se deve travar a luta contra o fracasso escolar. Não se trata de uma solução educacional, mas sim de transformações da estrutura social como um todo.

Quando se divulga índices como estes e se diz que as escolas com os piores índices receberão ajuda, a meu ver o objetivo é apenas simular soluções e eximir responsabilidades.

Assim, enquanto nossos governantes trabalharem com a hipótese de que o problema da educação no nosso país é apenas um problema técnico, pedagógico ou financeiro, não teremos soluções significativas para os problemas atuais.

Nesse sentido, só a eliminação das discriminações e das desigualdades sociais e econômicas poderiam garantir o sucesso de algum programa ou projeto que vise a melhoria da qualidade do ensino.

Até 2021?

Considerando que mais de 99% das escolas ficaram abaixo da média 6 no índice do IDEB penso que a situação está pior do que pensávamos. Mas divulgar o resultado chamando a atenção para as escolas com os piores índices, reforça a idéia de que o problema da educação no país é um problema exclusivo da escola e seus membros e deixa a cargo de cada uma a busca por soluções. Ora, isso não passa de mistificação, e, portanto,uma tentativa de passar a responsabilidade do fracasso escolar para os alunos e seus professores.
Sendo assim, não é difícil de prever que em 2021 estaremos discutindo a respeito dos mesmos problemas... ainda sem solução.


Para saber como foi o desempenho da sua escola acesse o site do
IDEB