29.12.06

Fases da Escrita

O professor alfabetizador sabe o quanto é importante conhecer as fases de escrita pelas quais os alunos passam no início da aquisição da base alfabética.

Porém, atualmente com a progressão continuada, não só o professor das séries iniciais do ensino fundamental mas também os demais professores precisam conhecer tais etapas.

O vídeo a seguir se propõe a explicar de forma resumida as principais fases envolvidas neste processo.





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  • 28.12.06

    Na corda bamba da economia


    Muitos de nós espanta-se com os gastos exagerados das pessoas nesta época de natal.

    Mas o x da questão, nesta onda desenfreada de hiperconsumismo pela sociedade, é capaz de ser mais complexo. E a questão legítima que se deve colocar é como chegamos até aqui? Ao mundo da individualização hiperconsumista em que as identidades pessoais e culturais se geram, adquirindo bens e mais bens.

    Aqui temos de recorrer à teoria sociológica que explica esta dinâmica catastrófica - para o indivíduo e para toda a sociedade - e referir que tal mudança é estimulada por um trio de forças: a tecnologia, as instituições e os valores. Descodificando: as ferramentas, as regras e os valores. E é aqui que nos encontramos, escravos de todas estas forças, para o melhor e para o pior. E infelizmente tenho percebido que estamos ficando com o pior.

    Daqui resulta já uma 1ª conclusão: é aquele trio de forças (tecnologia, instituições e valores) que nos formata a mente, e não o inverso, o que é perigoso. E assim resulta o abismo, a vertigem, a voracidade. É como se fossemos comidos, devorados pelos braços armados da tecnologia, pelo dinheiro, pelo brilho daqueles cristais e, ainda por cima, oferecendo um sorriso de cumplicidade, sinalizando que esse capitalismo mais que selvagem pode continuar o massacre neste jogo de morte consentida.

    Isso é muito estranho na medida em que hoje o Homem no mundo pós-industrializado é livre, já conquistou as tais ferramentas que lhe permitem controlar a Natureza, e viver as suas vidas independentemente dos caprichos do clima ou do ambiente - que também têm ajudado a estragar. Ou seja, vivemos numa fase em que é o Homem quem tem os comandos do processo de desenvolvimento, com as engenharias e as biotecnologias a ajudarem nesse comando global do mundo. Mas volto a dizer: quem parece estar no controle disso tudo não é o homem e sim o tal trio de forças. E assim as estatísticas fazem de nós, brasileiros, os mais gastadores (e pobres) entre os países em desenvolvimento. O que em si já é um paradoxo. Aqui se compra colares de diamantes por milhões de dólares e ao mesmo tempo morre-se de fome na maior cidade brasileira!

    Bem sabemos que a tecnologia empurra-nos para esse colete de forças, e de forma inconsciente obriga-nos a consumir. É o capitalismo de mercado na sua máxima expressão, nunca pede licença para nos arrombar o cofre dos neurônios e tocar nos botões que nos dá as ordens de compra, mesmo tratando-se de bens secundários.

    Em vez de ficarmos prisioneiros desta armadilha da tecnologia, das instituições (da publicidade) e dos valores consumistas que aquele trio nos incute - não seria melhor assumir de vez o controle por nossas atitudes e vontades independente do que possam pensar as outras pessoas? Creio que o progresso jamais deve ser encarado de forma mecânica e determinista, somos sempre nós que devemos controlar o processo de aquisição, e não o inverso como lamentavelmente hoje acontece. E o resultado está aí para todos verem. É o próprio progresso tecnológico que nos "ajuda" a afundar enquanto pessoas e enquanto agentes econômicos. Assim, ficamos sem cérebro e também mais pobres. E sem o direito de pensar e sem o dinheiro só nos resta fazer uma coisa: nos dirigir aos bancos e pedir mais dinheiro emprestado para pagar o que compramos de véspera.

    O que só parece beneficiar os banqueiros - que riem à toa. Não é isto admirável neste nosso mundo!!!



    26.12.06

    Avaliar: o quê? para quê? para quem?

    "Era uma vez...

    Uma rainha que vivia em um grande castelo.
    Ela tinha uma varinha que fazia as pessoas bonitas ou feias, alegres ou tristes, vitoriosas ou fracassadas. Como todas as rainhas, ela também tinha um espelho mágico.

    Um dia, querendo avaliar sua beleza, ela perguntou ao espelho:
    — Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita do que eu?

    O espelho olhou bem para ela e respondeu:

    — Minha rainha, os tempos estão mudados. Esta não é uma resposta assim tão simples. Hoje em dia, para responder a sua pergunta eu preciso de alguns elementos mais claros.

    Atônita, a rainha não sabia o que dizer. Só lhe ocorreu perguntar:

    — Como assim?

    — Veja bem, respondeu o espelho. — Em primeiro lugar, preciso saber por que Vossa Majestade fez essa pergunta, ou seja, o que pretende fazer com minha resposta. Pretende apenas levantar dados sobre o seu ibop no castelo? Pretende examinar seu nível de beleza, comparando-o com o de outras pessoas, ou sua avaliação visa ao desenvolvimento de sua própria beleza, sem nenhum critério externo? É uma avaliação considerando a norma ou critérios predeterminados? De toda forma, é preciso, ainda, que Vossa Majestade me diga se pretende fazer uma classificação dos resultados.

    E continuou o espelho:

    — Além disso, eu preciso que Vossa Majestade me defina com que bases devo fazer essa avaliação. Devo considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o conjunto? Quem devo consultar para fazer essa análise? Por exemplo: se consultar somente os moradores do castelo, vou ter uma resposta; por outro lado, se utilizar parâmetros nacionais, poderei ter outra resposta. Entre a turma da copa ou mesmo entre os anões, a Branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar aos seus conselheiros, acho que minha rainha terá o primeiro lugar. Depois,ainda tem o seguinte — continuou o espelho: — Como vou fazer essa avaliação? Devo utilizar análises continuadas? Posso utilizar alguma prova para verificar o grau dessa beleza? Utilizo a observação?

    —Finalmente, concluiu o espelho, — Será que estou sendo justo? Tantos são os pontos a considerar...”


    (adaptado de Utilization-Focused Evaluation. Londres, 1997, de Michael Quinn Patton)


    Pensando a avaliação nesse contexto percebo o quanto ela é importante e necessária nas escolas atualmente, uma vez que nos últimos anos tem se difundido muito uma concepção de escola autônoma e com gestão participativa. Porém, não me refiro aqui à avaliação da aprendizagem, aquela que todo professor faz com seu aluno. Mas sim, a avaliação da escola como um todo, ou seja, como se deu ao longo de determinado período, as relações, os encaminhamentos, enfim, dizer quais foram os entraves e os facilitadores do desenvolvimento do trabalho escolar. Isso significa avaliar para tomada de decisão,como diria Luckesi, são pontos de partida e não de chegada.

    Não queremos ser como a rainha que tinha a intenção apenas de constatar a sua beleza. Precisamos ser e agir mais como o espelho mágico, que é coerente com sua concepção e vê a avaliação como prática social, intencional e comprometida com uma visão de mundo.

    E finalmente, um recadinho para aqueles que se propõem a serem avaliados: estejam preparados para ouvir todas as opiniões, as boas e as nem tão boas assim, e principalmente, não se empolguem demais com os elogios a ponto de transformar-se na rainha que só quer constatar o que já existe e acima de tudo, não se melindrem com as críticas a ponto de transformar a avaliação em um mal estar geral!

    O segredo é aceitar tanto elogios quanto críticas de forma a transformá-los em reflexão comprometida com a melhoria das condições de trabalho, almejando assim, a tão sonhada educação de qualidade!

    25.12.06

    Brasil melhora alfabetização, mas ensino é ruim, diz relatório

    O número de jovens alfabetizados aumenta progressivamente no Brasil, mas a qualidade da educação continua entre as piores do mundo, mostrou um estudo divulgado na quinta-feira, 21.

    O Relatório de Desenvolvimento Juvenil 2006, elaborado pela Organização dos Estados Iberoamericanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), indicou que, numa população de 35,5 milhões de jovens entre 15 e 24 anos, somente 3,4% são analfabetos.

    O estudo da OEI, feito com dados oficiais até 2003, afirmou que a população de jovens analfabetos caiu em comparação aos 4,2% registrados em 2001. Em 1993, a taxa de analfabetismo entre os jovens brasileiros era de 8,2 por cento.

    "Observaram-se progressos. É alentador. Há menos jovens analfabetos, mas os 3,4% indicam que mais de um milhão de jovens vivem à margem das condições mínimas de acesso à cultura letrada", disse à Reuters o consultor da OEI e autor do trabalho, Julio Jacobo Waiselfisz.

    O analfabetismo vem caindo no país graças à universalização do ensino fundamental nos últimos anos.

    Os 1,137 milhão de jovens brasileiros analfabetos são, em sua grande maioria, pobres e negros, e cerca de 71% deles vive na região Nordeste. Com 187 milhões de habitantes, o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo, atrás somente da Nigéria.

    Waiselfisz observou que apenas dois Estados concentram um terço dos jovens analfabetos do Brasil: Bahia e Pernambuco.

    Ele indicou, no entanto, que o Estado em pior situação em termos proporcionais quanto a educação de seus jovens é Alagoas, onde 15,4% da população juvenil é analfabeta.

    O estudo, cuja finalidade é contribuir para a formulação de políticas públicas eficazes, apontou que Alagoas não acompanhou as conquistas obtidas pelo resto do País.

    O estudo da OEI apontou que, no Brasil, cerca de 97% das crianças entre 7 e 14 anos vão à escola. Mas a situação educacional da população juvenil não é boa.

    Cerca de 49% dos jovens entre 15 e 24 anos estudam, mas quase 17% deles estão no ensino fundamental. "(Eles) têm uma escolaridade defasada. Vão à escola, mas estão numa fase que não corresponde a eles", ressaltou Waiselfisz.

    A qualidade da educação do Brasil está entre as três piores do globo, ao lado da Indonésia e da Tunísia, segundo um estudo feito entre 41 países em 2003 e citado pela pesquisa da OEI.

    "Boa parte dos avanços quantitativos experimentados nos últimos anos está sendo comprometida pelos gargalos qualitativos do sistema educacional brasileiro", afirma o estudo.

    Fonte:

  • Estadão Educação
  • 24.12.06

    Estudo do UNICEF e MEC revela chave do sucesso de 33 escolas públicas brasileiras


    Boas práticas pedagógicas, professores comprometidos e com atitude positiva em relação às crianças, participação ativa dos alunos, gestão democrática e parcerias externas. Combinando alguns desses fatores, 33 escolas públicas brasileiras conseguiram melhorar a qualidade da educação de seus alunos, garantindo acesso, permanência e sucesso escolar. Os resultados de seu trabalho estão no estudo Aprova Brasil, o direito de aprender, divulgado hoje pelo Ministério da Educação e UNICEF.

    Os resultados do estudo apontam para uma soma de fatores que ajudaram a garantir a qualidade da educação:

    1. As práticas pedagógicas - envolvem formas de trabalho, projetos de ensino, uso e produção de materiais didáticos, processos de avaliação e recuperação continuados da aprendizagem dos alunos. Elas vão desde atividades criativas que aproximam os conteúdos e a vida das crianças até o acompanhamento e apoio permanente para alunos com dificuldade de aprendizagem.

    2. A importância do professor – nas escolas pesquisadas, foram identificadas boas práticas relacionadas com o compromisso e a atitude do professor, bem como a valorização da sua formação inicial e continuada. Os professores respeitam e incentivam as crianças, são criativos e buscam se capacitar.

    3. Gestão democrática e a participação da comunidade escolar - foram identificadas práticas de democratização da gestão e de incentivo à participação dos diversos atores da escola nas decisões e na implementação de iniciativas vinculadas à vida escolar.

    4. A participação dos alunos na vida da escola - os alunos são ouvidos nos processos de decisão sobre a escola, sugerem atividades em sala de aula, ajudam seus colegas com dificuldades de aprendizagem, mantêm jornais e rádios escolares.



  • Leia o documento na íntegra
  • 16.12.06

    Escolas Gaiolas e Escolas Asas


    “Há escolas que são gaiolas
    e há escolas que são asas.

    Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

    Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”
    (Rubem Alves)
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    15.12.06

    Lições Práticas



    Socialismo:
    Você tem 2 vacas. O governo toma uma e dá para seu vizinho, que não tinha nenhuma.

    Comunismo:
    Você tem 2 vacas. O governo toma as 2 e dá a você um pouco de leite diariamente.

    Fascismo:
    Você tem 2 vacas. O governo toma as 2 e vende a você o leite.

    Nazismo
    Você tem 2 vacas. O governo mata você e toma as 2 vacas.

    Burocracia de Estado:
    Você tem 2 vacas. O governo toma as 2, mata uma e joga o leite da outra fora.

    Democracia:
    Você tem 2 vacas, vende as 2 para o governo, muda de cidade e consegue um emprego público.

    Anarquismo:
    Você tem 2 vacas, mata as duas e faz um churrasco.

    Capitalismo Selvagem:
    Você tem 2 vacas. Vende uma, compra um touro e o governo toma os bezerros como imposto de renda na fonte.

    Neoliberalismo:
    Você tem 2 vacas. O governo se apropria das duas, se endivida e as vende baratinho para os gringos, devolvendo a dívida para você. E você ainda paga um absurdo pelo leite que era seu.

    Segregação dos jovens pobres no Brasil


    O professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Rubens Adorno, fez severas críticas à forma como são tratados os jovens pobres no Brasil: “As políticas públicas para a juventude no Brasil estão a favor da desigualdade social e da divisão de classes. As novas políticas têm nos feito engolir que o jovem deve permanecer o dia inteiro na escola ou o dia inteiro em seu bairro, como uma forma clara de confiná-lo longe dos espaços centrais da cidade".

    Segundo Adorno, o que se pretende ao criar políticas educacionais que mantêm os alunos na escola o dia todo e aos finais de semana, é simplesmente tirar o jovem de circulação da cidade para mantê-lo segregado na periferia. Para ele, essas políticas impedem que o cidadão percorra outros espaços públicos além da escola.

    Maria do Carmo de Menezes, socióloga e ex-diretora do Serviço de Segurança e Prevenção da Criminalidade na prefeitura de Champigny-sur-Marne (França), mostrou aos participantes do Seminário “Juventude, Violências e Políticas Neoliberais”que na França isso já acontece. As periferias são completamente distantes dos grandes centros e, embora os espaços sejam bem mais humanos e esteticamente mais agradáveis do que as favelas do Brasil, a violência e a exclusão social são presentes da mesma forma. "A estratégia de colocá-los em um espaço afastado da cidade foi completamente eficiente no sentido de segregá-los ainda mais e aumentar a revolta e a violência", conta.

    Para Maria do Carmo, o que gerou mais violência na França foi o modelo de moradias populares, pois este foi marcado pelas diferenças sociais, étnicas e culturais.

    Adorno afirma que as políticas sociais em todo o mundo são voltadas para essa realidade e são perversas porque fazem com que a população acredite que isso é o melhor para ela. "No Brasil, a população não se rebela como na França justamente por acreditarem que essa é a melhor política para eles". Ele afirma, no entanto, que os jovens se sentem discriminados e envergonhados por viverem nessas regiões. "Isso acaba sendo um agravante a mais para que esses se tornem vitima de discriminação e violência, sobretudo violência policial", comenta.

    Outra crítica feita pelo professor Adorno é em relação ao uso e ao tráfico de drogas.Segundo ele, as leis que coíbem o tráfico só permitem que ele seja mais rentável para os traficantes, já que eles acabam cobrando o que querem dos usuários.

    Além disso, o palestrante afirma que a atual política, que pune gravemente o traficante e é compreensiva com o usuário, não é efetiva no combate ao crime organizado e em relação à dependência química no país. "Essa política existe para amparar os filhos da classe média, permitindo que eles possam comprar sua droga em paz, enquanto os moradores das favelas são severamente punidos quando encontrados com substâncias ilícitas, sob a justificativa de tráfico", diz.

    Precisamos discutir muito a esse respeito nas escolas e a partir dessas discussões assumir uma posição, tomar um partido e é claro... fazer a diferença!

    14.12.06

    O Futuro dos nossos jovens

    Hoje 39,2 jovens brancos e 68,4 jovens negros e pardos a cada 100 mil são mortos em todas as regiões brasileiras. "É uma situação de caos social. É genocídio," apontou a pesquisadora e executiva do Observatório Ibero-americano de Violência nas Escolas (OEI), Miriam Abramovay.

    De acordo com pesquisa quantitativa e qualitativa desenvolvida no OEI, os jovens são vistos como atores sem identidade própria, criminalizados e avaliados por uma visão dualista e maniqueísta. "Eles são ou responsáveis, ou irresponsáveis. São o futuro ou o irrelevante. Os esforçados e os preguiçosos. Em suma, são compreendidos como um rito de passagem. Ser jovem é não ser mais criança e não ter autonomia financeira para ser um adulto. Eles não têm espaço presente para existir, são pré-adultos", explicou a pesquisadora.

    Abramovay observou que a juventude é vista como uma massa uniforme, na qual não há individualidade e espaço para ser diferente. Negros e brancos, homens e mulheres, classes sociais distintas são todos emaranhados na criação das políticas públicas e ações de estado.

    "Embora todos os jovens tenham muitos pontos em comum, não é possível observarmos que não existem diferenças discrepantes na construção do tecido social brasileiro. Diferenças que devem ser vistas e respeitadas pelos governos e entidades. O jovem que mora no Jardim Ângela (bairro paulistano que já foi considerado o mais violento do mundo) não tem a mesma vida e as mesmas características de juventude que aquele que mora em Higienópolis (bairro nobre da cidade de São Paulo)", explicou.

    A mesma pesquisa aponta dados significativos para compreender o porquê dos altos índices de violência simbólica, institucional e física manifestarem-se tão significativamente na faixa dos 15 a 29 anos. Mais da metade deles cursou somente até a 4ª ou 8ª série do ensino fundamental, cerca de 18% não estudam e um total de 506.669 mil jovens pararam de estudar antes de completarem 10 anos.

    Para a pesquisadora, a globalização cultural e o mercado das relações capitalistas são pontos centrais para a discussão da violência. Os jovens de baixa escolaridade e com pouquíssimas chances de mobilidade social também são vítimas da oferta globalizada de consumo e poder. "O tráfico torna-se um claro espaço de inserção. O jovem busca identidade grupal e busca algo que possa lhe dar retorno financeiro para que ele possa comprar a blusa, a calça e o tênis da moda. Ele é tão vítima dessa indústria quanto o jovem de classes mais altas que podem pagar pelo consumo desses bens e da própria droga que também consomem," apontou.

    De acordo com o trabalho de Abramovay, os principais desafios para os governos e entidades hoje é compreender que vive-se em calamidade social. E, para saldar esses danos, é preciso ouvir o que eles pedem. "Os pontos foram muito claros. Há imensa dificuldade de acesso à educação, pouquíssimo estímulo para que eles permaneçam na escola, o modelo educacional é classista e de baixíssima qualidade, impedindo que ele tenha, minimamente, as ferramentas de competir no mercado formal de trabalho. Além da própria falta de empregos e de espaços culturais, esportivos e de lazer," observou.



    Natal é a época ideal para a gente exagerar no espírito de solidariedade, carregar até não poder no afeto e na compreensão, apertar com delicadeza os laços de amor para fazer nosso mundo
    melhor hoje e sempre!

    3.12.06

    "Ensinar não é transferir conhecimentos e conteúdos, nem formar é a ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um copro indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam, e seus sujeitos, apesar das diferenças, não se reduzem à condição de objeto um do outro.
    QUEM ENSINA APRENDE AO ENSINAR E QUEM APRENDE ENSINA AO APRENDER."
    (Paulo Freire)

    É nesse sentido que o aluno é sujeito de sua própria trajetória no processo de aprendizagem. Não adianta querer homogeinizar toda uma classe para que tenham supostamente as mesmas reações diante dos conteúdos. Cada aluno é uma vida que se coloca com suas preferências, suas dificuldades, seu rítimo e principalmente seus sonhos. E isso professor nenhum tem direito de mudar!