30.11.06

A qual terço de professores você pertence?

José Pacheco*

Questionaram-me: por que expões a Ponte? Porque considero necessário compartilhar com outros professores as grandezas e as misérias da nossa profissão, o que dizer de Miguel Guerra, é "um modo de reavivar o compromisso com as pessoas e com a ação educativa, que consiste em ajudá-las a ser mais felizes". O conhecimento das experiências vividas na Ponte poderá ajudar os professores a ultrapassar decepções.

Como diria Lorraine Moureau, um terço dos professores é muito bom, um terço pode ficar bom, um terço deve abandonar a profissão. Chamemos aos primeiros aquilo que são: professores. Designemos os segundos por quase-professores. Os outros serão "os outros".

Um professor contou-me o sucedido numa reunião do conselho pedagógico, quando propôs que se alargasse a toda escola um projeto que dera ótimos resultados no seu departamento. O terço dos professores apoiou. O terço dos quase-professores quedou-se num silêncio expectante. Os "outros" pronunciaram-se: "Ó colega, se isso der bons resultados, poderá ter de se estender ao resto da escola. E nós sabemos que isso dá trabalho." Na votação, os quase-professores aliaram-se aos "outros", e o projeto foi inviabilizado.

Apesar de a Ponte ter conquistado o direito de escolher os seus professores, alguns "outros" conseguiram introduzir-se na escola. Instalaram-se, enquistaram-se, degradaram o sistema de relações, fomentaram o aparecimento de guetos, espalharam insinuações com que conseguiram deteriorar laços afetivos. Assumiram atitudes contrárias ao exercício da autonomia, da solidariedade e da responsabilidade, fragilizando esses esteios da cultura da escola. Tiveram tempo para explorar a insegurança dos quase-professores e de os manipular. Criaram o cenário ideal para destruir a imagem dos professores mais conscientes e leais ao projeto. As reuniões foram colonizadas por assuntos de natureza administrativa, esvaziando-se de pedagogia.

A Ponte avisa os que são professores. E já há séculos Pestalozzi os avisava: "Não sonhes com uma obra acabada. Momentos de extrema elevação se alternam com horas de desordem, de desgostos e de preocupações".

Ao longo de dezenas de anos, conheci professores que acreditaram nas boas intenções dos poderes e na solidariedade dos seus pares de profissão. Vi esses professores fazerem maravilhas com os seus alunos, acreditando ser possível melhorar as escolas. Assisti às suas tentativas de sensibilização dos quase-professores. Vi os seus projetos serem destruídos pelo cinismo e a maldade dos "outros". Vi as suas vidas serem destruídas.

Nos debates públicos, predomina a tendência "politicamente correta" de ocultar a existência do que Lorraine Moureau designou pelo terço de professores que deve mudar de profissão. Pero que los hay, los hay... E serão, talvez os maiores responsáveis pela degradação do estatuto da nobre profissão de professor e pela obsolescência da escola.
______

*Especialista em Música e em Leitura e Escrita, José Pacheco, de 52 anos, coordena desde 1976 a Escola da Ponte, instituição pública que se notabilizou pelo projeto educativo inovador, baseado na autonomia dos estudantes. O educador português, que se diz "um louco com noções de prática", é mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.

27.11.06

Boas Práticas legais no uso da Tecnologia

Os avanços da tecnologia e o advento da internet trouxeram impactos inimagináveis para a sociedade. Estamos diante de uma sociedade conectada, com e-mails, celulares, palms, chats, buscadores de informação, sites de notícia, comunidades online, sms, messenger, voip e outras ferramentas que até pouco tempo não faziam parte de nossa rotina diária de trabalho e lazer.

Neste novo cenário de mudanças tecnológicas nos deparamos com novos desafios e com novas formas de relacionamento que afetam o comportamento humano e consequentemente todos os aspectos que envolvem o desenvolvimento de uma sociedade, inclusive a EDUCAÇÃO.

Temos, enquanto educadores, o compromisso de orientar o educando para a vida, proporcionar situações que lhe permitam desenvolver habilidades e competências necessárias para ávida tarefa tanto profissional quanto de vida pessoal de um mundo cada vez mais plano, mais globalizado, sem barreiras espaciais e temporais, mas que os aspectos éticos e legais são colocados em questão em cada click.

Educar na sociedade digital não é apenas ensinar como usar os aparatos tecnológicos no ambiente escolar. Educar é preparar indivíduos adaptáveis e criativos com habilidades que lhe permitam lidar facilmente com a rapidez na fluência de informações, acompanhando as transfor
mações e sendo parte delas, de modo responsável, ético e legal. É preparar cidadãos digitais para um novo mercado de trabalho que exige postura adequada, segurança da informação, respeito às leis, inclusive na Internet.

Leia o artigo na íntegra no site http://www.pppadvogados.com.br

O site está oferecendo gratuitamente a cartilha ao lado para instituições educacionais.

Ser Feliz


Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

( Fernando Pessoa)



26.11.06

Não seja mais ou menos!




A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos.
Tudo bem. O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum, é amar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.
(Chico Xavier)

Na escola é a mesma coisa: podemos trabalhar num lugar mais ou menos, ter recursos mais ou menos, e até ter gestores mais ou menos. O que a gente não pode nunca, é ser professor mais ou menos! Nossos alunos merecem o melhor de cada um de nós!

13.11.06

Entenda o FUNDEB


A Proposta de Emenda Constitucional para a criação do Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - tem por objetivo proporcionar a elevação e uma nova distribuição dos investimentos em educação.


Esta elevação e nova distribuição ocorrerá devido às mudanças relacionadas às fontes financeiras que o formam, ao percentual e ao montante de recursos que o compõem, e ao seu alcance, que estão presentes na Proposta de Emenda Constitucional que o cria por meio da alteração dos critérios de financiamento que constam do atual Fundef - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Fundamental e de Valorização do Magistério.

Com as modificações que o Fundeb oferece, o novo Fundo atenderá não só o Ensino Fundamental [6/7 a 14 anos], como também a Educação Infantil [0 a 5/6 anos], o Ensino Médio [15 a 17 anos] e a Educação de Jovens e Adultos, esta destinada àqueles que ainda não têm escolarização. O Fundef, em vigor atualmente, investe apenas no Ensino Fundamental nas modalidades regular e especial, ao passo que o Fundeb vai proporcionar a garantia da Educação Básica a todos os brasileiros, da creche ao final do Ensino Médio, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação em sua infância.

Leia mais sobre o assunto:
  • Estadão Educação
  • 12.11.06

    Fotos desenhos




    Para fazer esta atividade basta tirar fotos dos alunos na camera digital e depois editá-las no Paint Shop Pro. Estas que estão aí foram usadas no Projeto "Nossas Preferências" desenvolvido durante o mês de outubro.

    Dia da Consciência Negra


    Vinte de novembro foi a data de morte de Zumbi dos Palmares, líder negro importante não só para a luta contra a discriminação racial, mas também para o processo de democracia do Brasil. Até então, o dia não tinha o devido reconhecimento nos livros escolares. Desde 2004, comemora-se nesta data o Dia da Consciência Negra no município de São Paulo. Em 7 de janeiro de 2004, a lei de nº 13.707 foi sancionada pela Prefeitura de São Paulo. Neste ano, pela primeira vez desde a implantação da lei, será um feriado prolongado neste dia.

    Segundo dados do IBGE, existem 3,2 milhões de afrodescendentes na capital de São Paulo. No dia 20 de novembro, todas as atividades escolares (mesmo as escolas do Estado situadas na capital), comerciais e financeiras do município de São Paulo estão suspensas em respeito ao Dia da Consciência Negra. Haverá uma série de festividades programadas para o dia.

    Zumbi

    Zumbi (1655-1695), considerado herói da resistência anti-escravagista, foi o grande líder do quilombo Palmares. Estudos indicam que nasceu em 1655 no quilombo, sendo descendente de guerreiros angolanos. Com poucos dias de vida, foi aprisionado pela expedição de Brás da Rocha Cardoso, sendo entregue depois a um padre, que o batizou com o nome de Francisco. Aos 15 anos, ele foge da casa do padre e retorna a Palmares, onde muda o nome para Zumbi. Ficaria conhecido em 1673, quando a expedição de Jácome Bezerra foi desbaratada. Um ano antes de sua morte, caiu em um desfiladeiro após ser baleado num combate contra as tropas de Domingo Jorge Velho, que seria mais tarde acusado de matá-lo. Dado como morto, Zumbi reaparece em 1695, ano oficial de sua morte.

    Fonte:
  • Mundo Negro

  • Íntegra da lei nº 13707
  • 6.11.06

    Tecnologia na Educação


    Mudar não é fácil. Principalmente quando essa mudança está cada vez mais rápida. É o que acontece atualmente na nossa vida. A era do conhecimento e da informação está diante de todos nós e basta um piscar de olhos para ela mudar novamente.

    Todos os dias somos convidados ( ou seria convocados?) a fazer opções, a demonstrar nossas intenções. Na sala de aula os alunos exigem cada vez mais, querem ter na escola a mesma velocidade que vêem na TV, no computador ou no vídeo game.
    Mas escolher trabalhar com a tecnologia não é tão simples assim. Não basta apenas introduzir os recursos tecnológicos para mudar a sua aula. Na verdade ao iniciar uma proposta de trabalho pedagógico, seja utilizando ou não a tecnologia, colocamos aí o nosso modo de ver, pensar e perceber o mundo. Daí a importância de estar em formação contínua, a todo momento. Só assim para darmos conta do recado! E vejam que não é tarefa fácil: encontrar formas mais adequadas para inserir o aluno no universo tecnológico, porém num contexto crítico e participativo.
    É... Temos muito o que fazer!





    4.11.06

    Analfabeto Digital


    Dêem uma lida nesse texto do Ricardo Anderáos. Peguei uma parte que achei bem interessante:

    "O fato é que para garimpar informação na internet, para separar o joio do trigo, a gente precisa de paciência, esforço e atenção. E, acima de tudo, uma capacidade de avaliar a confiabilidade das fontes dessa informação que não é ensinada em nossas escolas. Essa é a verdadeira alfabetização para os nossos tempos hi-tech.

    Na década de 50, a Unesco definia como analfabeto alguém que não consegue ler ou escrever algo simples. Vinte anos depois, surgiu o conceito de analfabeto funcional. Uma pessoa que sabe ler e escrever frases simples, mas que não possui as habilidades necessárias para satisfazer as demandas do seu dia-a-dia e se desenvolver pessoal e profissionalmente. Resumindo: alguém que não consegue entender direito o que lê.

    Arrisco aqui uma definição: analfabeto digital é aquele que não consegue entender o valor daquilo que aparece debaixo do cursor do seu mouse. Você pode propor uma definição melhor do que essa?"


  • Texto original


  • 3.11.06

    Projeto Saúde Bucal

    No mês de outubro realizamos o Projeto Saúde Bucal. Para finalizar o projeto fizemos uma colagem com o tema "A importância do sorriso saudável". Como vocês podem ver pelas fotos saiu um desenho mais bonito que o outro. Esses meus alunos são mesmo muito criativos, todos os trabalhos merecem ganhar um prêmio!

    2.11.06

    Dica


    O Navega Mundo está disponibilizando GRATUITAMENTE para todas as escolas brasileiras que possuem Laboratório de Informática com acesso à Internet o site http://www.navegamundo.com.br/.
    Trata-se de um Site Infantil Educativo e Cultural, reconhecido pela UNESCO e Ministério da Cultura. No site os alunos irão conhecer Lisarb, um personagem mágico, que leva uma turminha para divertidos lugares do Brasil, em sua canoa encantada. Neste percurso a meninada navega pelo mundo da cultura, da história, dos mitos, vai descobrindo os hábitos das regiões, ouvindo lendas e aprendendo com cada personagem local.

    Vale a pena conferir e divulgar!

    Terminada a última guerra mundial foi encontrada, num campo de concentração nazista, a seguinte mensagem dirigida aos professores:“Prezado Professor, sou sobrevivente de um campo de concentração. Meus olhos viram o que nenhum homem deveria ver.Câmaras de gás construídas por engenheiros formados. Crianças envenenadas por médicos diplomados. Recém-nascidos mortos por enfermeiras treinadas. Mulheres e bebês fuzilados e queimados por graduados de colégios e universidades. Assim, tenho minhas suspeitas sobre a Educação. Meu pedido é: ajude seus alunos a tornarem-se humanos. Seus esforços nunca deverão produzir monstros treinados ou psicopatas hábeis. Ler, escrever e aritmética só são importantes para fazer nossas crianças mais humanas.”

    O respeito, o amor e a tolerância devem fazer parte do dia-a-dia dos alunos na escola. E são nossas atitudes diante deles que irão servir de modelo para as suas futuras relações.Vamos pensar nisso cada vez que iniciarmos nossa aula!

    Sou Professor


    "Sou professor a favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda.
    Sou professor a favor da luta constante contra qualuqer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.
    Sou professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na fartura.
    Sou professor a favor da esperança que me anima apesar de tudo.
    Sou professor contra o desengano que me consome e imobiliza.
    Sou professor a favor da boniteza de minha própria prática, boniteza que dela some se não cuido do saber que devo ensinar, se não brigo por este saber, se não luto pelas condições materiais necessárias sem as quais meu corpo, descuidado, corre o risco de se amofinar e de já não ser testemunho que deve ser de lutador pertinaz, que cansa, mas não desiste."

    Paulo Freire - Pedagogia da Autonomia
    Os educadores precisam compreender que ajudar as pessoas a se tornarem pessoas é muito mais importante do que ajudá-las a tornarem-se matemáticas, poliglotas ou coisa que o valha."(Carl Rogers)