Nesse contexto, acredito que a escola tem um papel fundamental, pois é preciso romper com o eurocentrismo e construir uma escola na qual todas as etnias estejam representadas e respeitadas. A escola não pode continuar refletindo o racismo e o preconceito da época da escravidão. Refazer estes conceitos equivocados é função da escola. Se o professor não toma posição quando um aluno negro sofre discriminação, ele está educando pessoas para serem inferiores e pessoas para serem superiores.
Deixo como sugestão a coleção Percepções da Diferença: Negros e brancos na escola que é destinada a professores da educação infantil e do ensino fundamental. Vale a pena ler e discutir na escola. Acredito que assim, daremos um passo em direção a construção de uma escola que busca a universalização mas ao mesmo tempo também contempla os sujeitos que a compõem, considerando as suas particularidades.
Percepções da Diferença
Autora: Gislene Aparecida dos Santos
*Neste volume são discutidos aspectos teóricos gerais sobre a forma como percebemos o outro. Para além de todas as diretrizes pedagógicas, lidar com as diferenças implica uma predisposição interna para repensarmos nossos valores e possíveis preconceitos. Implica o desejo de refletir sobre a especificidade das relações entre brancos e negros e sobre as dificuldades que podem marcar essa aproximação. Por isso é importante saber como, ao longo da história, construiu-se a ideologia de que ser diferente pode ser igual a ser inferior.
Maternagem: quando o bebê pede colo
Autoras: Maria Aparecida Miranda e Marilza de Souza Martins
*Este volume discute o conceito de maternagem e mostra sua importância para a construção da identidade positiva dos bebês e das crianças negras. Esse processo, iniciado na família, continua na escola por meio da forma como professores e educadores da educação infantil tratam as crianças negras, oferecendo-lhes carinho e atenção.
Moreno, Neguinho, Pretinho
Autor: Cuti
*Este volume mostra como os nomes são importantes e fundamentais no processo de construção e de apropriação da identidade de cada um. Discute como as alcunhas e os xingamentos são tentativas de desconstrução/desqualificação do outro, e apresenta as razões pelas quais os professores devem “decorar” os nomes de seus alunos.
Cabelo Bom Cabelo Ruim
Autora: Rosangela Malachias
*Muitas vezes, no cotidiano escolar, as crianças negras são discriminadas negativamente por causa de seu cabelo. Chamamentos pejorativos como “cabeça fuá”, “cabelo pixaim”, “carapinha” são naturalmente proferidos pelos próprios educadores, que também assimilaram estereótipos relativos à beleza. Neste volume discute-se a estética negra, principalmente no que se refere ao cabelo e às formas como os professores podem descobrir e assumir a diversidade étnico-cultural das crianças brasileiras.
Professora, não quero brincar com aquela negrinha
Autoras: Roseli Figueiredo Martins e Maria Letícia Puglisi Munhoz
*Este volume trata das maneiras como os professores podem lidar com o preconceito das crianças que se isolam e se afastam das outras por causa da cor/raça.
Por que riem da África?
Autora: Dilma Melo Silva
*Muitas vezes crianças bem pequenas já demonstram preconceito em relação a tudo que é associado à África: música, literatura, ciência, indumentária, culinária, arte... culturas. Neste volume discute-se o que pode haver de preconceituoso em rir desses conteúdos. Apresentam-se ainda elementos que permitem uma nova abordagem do tema artes e africanidades em sala de aula.
Tímidos ou Indisciplinados?
Autor: Lúcio Oliveira
*Alguns professores estabelecem uma verdadeira díade no que diz respeito à forma como enxergam seus alunos negros. Ora os consideram tímidos demais, ora indisciplinados demais. Neste volume discute-se o que há por trás da suposta timidez e da pretensa indisciplina das crianças negras.
Professora, existem santos negros? Histórias de identidade religiosa negra
Autora: Antônia Aparecida Quintão
*Neste volume se discutem aspectos do universo religioso dos africanos da diáspora mostrando a forma como a religião negra, transportada para a América, foi reconstituída de modo a estabelecer conexões entre a identidade negra de origem e a sociedade à qual esse povo deveria se adaptar. São apresentadas as formas como a população negra incorporou os padrões do catolicismo à sua cultura e como, por meio deles, construiu estratégias de resistência, de sobrevivência e de manifestação de sua religiosidade.
Brincando e ouvindo histórias
Autora: Sandra Santos
*Este volume apresenta sugestões de atividades, brincadeiras e histórias que podem ser narradas às crianças da educação infantil e também aspectos da História da diáspora africana em território brasileiro, numa visão diferente da abordagem realizada pelos livros didáticos tradicionais. Mostra o quanto de contribuição africana existe em cada gesto da população nacional (descendentes de quaisquer povos que habitam e colaboraram para a construção deste país multiétnico), com exemplos de ações, pensamentos, formas de agir e de observar o mundo. Serve não só a educadores no ambiente escolar, mas também ao lazer doméstico, no auxílio de pais e familiares interessados em ampliar conhecimentos e tornar mais natural as reações das crianças que começam a perceber a sociedade e seu papel dentro dela.
Eles têm a cara preta
*Este exemplar apresenta práticas de ensino que foram partilhadas com aproximadamente 300 professores, gestores e agentes escolares da rede municipal de educação infantil da cidade de São Paulo. Trata-se da Formação de Professores intitulada Negras Imagens. Mídias e Artes na Educação Infantil. Alternativas à implementação da Lei 10.639/03 elaborada e coordenada por pesquisadoras do NEINB/USP simultânea e complementarmente ao projeto Percepções da Diferença Negros e brancos na escola.
Essa coleção vai contribuir muito para percebermos que nós brasileiros, somos filhos de 3 matrizes, e só vamos construir a nossa identidade quando assumirmos essas 3 matrizes.
É por isso que a Lei 10.639 não é uma lei para negros, mas sim uma lei para brasileiros, para que possamos construir a nossa identidade como nação. Assim como o Dia da Consciência Negra (20/11) não é dia dos negros. É um dia para todos nós brasileiros termos consciência da negritude que perpassa por todos nós, querendo ou não.
*(fonte: http://www.usp.br/neinb/)
4 comentários:
Magna, sou aluna do curso de pedagogia da ufg catalão, estamos fazendo uma analise sobre os blogs educativos, escolhemos o seu como referencia, no entanto preciso de alguns dados seu como em que area da educação você atua, formação academica,como começou o trabalho com o blog.
Por favor gostaria muito que vc me respondesse contato sabrina_vieira64@hotmail.com, aguardo contato.
obrigado.
Oi Sabrina! Como vai? Muito bacana a iniciativa da sua universidade em fazer uma análise dos blogs educativos.
Acabei de enviar um e-mail para vc. Se precisar de outras informações, é só entrar em contato. Um abraço!
Olá Magna, primeiramente gostaria de te parabenizar, seu blog é muito interessante e trata de assuntos muito importantes...sou aluna do curso de ciências biológicas da Universidade Federal de Goiás e estamos realizando um trabalho semelhante ao da Sabrina, logo gostaríamos das mesmas informações por ela solicitadas, ou seja, sua área de formação e atuação bem como seu trabalho com blogs...
Gostaria muito de sua atenção, meu contato é: franciellepajola@hotmail.com, desde já agradeço sua colaboração...
Grande abraço...
Francielle Pajola
Oi é a 1ª vez que encontrei o teu blogue e reflecti muito!Espectacular Trabalho!
Cumps
Postar um comentário